Promotores deverão se reunir hoje, 24, para avaliar sobre a liberdade do prefeito afastado Marcos Alberto, entendendo que ele representa riscos à defesa do patrimônio público e à lisura das investigações sobre o desvio de verbas no município.
Ministério Público Estadual (MPE) deverão reunir-se hoje para analisar a decisão que permitiu a soltura do prefeito afastado de Nova Russas, Marcos Alberto Martins (PSC). Preso desde o dia 13 de maio, ele foi libertado domingo, após concessão de habeas corpus por parte do desembargador do Tribunal de Justiça, Francisco Pedrosa Teixeira. Martins é acusado de liderar esquema de enriquecimento ilícito, que seria responsável por desviar o valor de R$ 15 milhões dos cofres públicos municipais. De acordo com o promotor de Justiça da Procuradoria de Crimes Contra a Administração Pública (Procap) do MPE, Eloilson Landim , os detalhes sobre os caminhos que o processo deve tomar a partir de agora só poderão ser divulgados após o encontro entre os promotores.
De antemão, ele discorda da libertação de Martins, alegando que o caso requer a defesa do patrimônio público. Há denúncia de que, durante o período em que esteve detido, na Delegacia de Capturas e Polínter (Decap), em Fortaleza, o prefeito Marcos Alberto tenha telefonado para o presidente da Câmara Municipal de Nova Russas, o vereador Sérgio Brito (PT), propondo que os parlamentares amenizassem a investigação que corre na Casa desde o dia 2 de maio a respeito do suposto desvio.
Segundo o próprio vereador, Martins não sugestionou nenhuma contrapartida direta para a negociação, mas levantou a possibilidade de o município passar a ser chefiado permanentemente pelo vice-prefeito, Paulo César Evangelista (DEM), adversário de ambos no cenário político local. Procurado pelo O POVO, o advogado do prefeito afastado, Vicente Aquino, disse q ue acompanhou a soltura de Martins no domingo, mas não sabia se ontem ele se encontrava em Nova Russas nem se permaneceria na cidade pelos próximos dias. Aquino atribui a denúncia do telefonema a interesses eleitorais. “Isso chama-se fuxico. Qualquer um pode inventar um fato. Mas tem que apurar, baseado no contraditório. Não há prova nenhuma. A prova que há é que o prefeito disponibilizou todos os documentos e não está obstruindo nada”.