Adolescente foi atingida por chutes em escola de São Gonçalo do Amarante.
A Secretaria de Educação de São Gonçalo do Amarante, no Ceará, pediu para o Ministério Público investigar o caso de uma menina de 14 anos, deficiente intelectual, agredida por colegas na sala de aula de uma escola municipal da cidade. O órgão tomou conhecimento do caso na terça-feira (31), após ter acesso a imagens gravadas por um telefone celular.
De acordo com a Secretaria, a filmagem foi feita em dezembro do ano passado. A gravação mostra quando quatro rapazes acertam chutes na adolescente durante o intervalo entre as aulas. O grupo está dentro da sala de aula quando agride a jovem e é formado por menores de idade.
O promotor de Justiça José Ribeiro dos Santos Filho disse ao G1 que, na época, a mãe da vítima tomou conhecimento do caso, mas não procurou a polícia apesar dos ferimentos da menina. "A diretora teria falado para a mãe da garota que havia acontecido um desentendimento entre os aolescentes e que suspenderia os alunos responsáveis. Ela se conformou, mas agora que viu a filmagem ficou bem impressionada e quer uma punição."
De acordo com o promotor, as imagens são violentas e a jovem chega a cair quatro vezes no chão. "O vídeo é muito chocante, as cenas são bárbaras mesmo. São vários alunos sentados nas carteiras. De vez em quando, um levanta e parte para a agressão, dá chutes. Quando ela se levanta, outro vem e chuta de novo", afirmou.
Segundo o promotor, ele pediu para a Secretaria identificar os alunos que participam da agressão, além de apontar quem seriam os três professores que deveriam estar acompanhando os alunos no momento das agressões e a diretora responsável. Para Santos Filhos, pode ter ocorrido omissão por parte dos profissionais.
"Eles não avisaram a Secretaria de Educação ou a polícia. A determinação é que, sempre que ocorrer um indício de ato infracional, a escolatem que acionar a autoridade policial para tomar providências. Nada disso foi feito. Agora, nós vamos tomar as providências e ouvir todas as pessoas", afirmou Santos Filho.
O promotor explica que a mãe deveria ter procurado a delegacia após as agressões, para que um exame de corpo de delito fosse realizado na vítima. Porém, ele ressalta que o constrangimento à que a menina foi submetida é tão grave em relação à lesão.
Segundo a Secretaria, o caso também foi relatado ao Conselho Tutelar. Segundo o conselheiro Luís Carlos da Silva, o Conselho Tutelar vai acompanhar e oferecer assistência à vítima e aos pais. A família será encaminhada para tratamento psicológico.
Em relação à escola, a Secretaria vai analisar a postura da direção e dos professores diante do caso de agressão para tomar providências.