O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, anunciou que vai investigar o ministro do Esporte, Orlando Silva. Gurgel afirmou que abrirá um inquérito para apurar supostas irregularidades.

Duas horas antes de o ministro do Esporte, Orlando Silva, chegar ao Congresso para prestar depoimento, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, anunciou, por volta das 13h, que irá investigá-lo. Em entrevista no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Gurgel afirmou que abrirá um inquérito para apurar supostas irregularidades cometidas por Orlando Silva. O motivo é que além de parlamentares de oposição terem representado contra o comunista, o próprio ministro pediu para que as acusações de que ele teria recebido recursos desviados do programa Segundo Tempo fossem apuradas.

“Eu tenho notícia de que, até o momento, temos na Procuradoria duas representações de parlamentares e um pedido do próprio ministro no sentido de que o Ministério Público instaure investigação. Estou examinando isso para que iniciemos a investigação”, afirmou o procurador.

De acordo com Gurgel, caso sejam confirmadas as denúncias do policial militar João Dias Ferreira, não haverá dúvidas de que o ministro cometeu um crime. “O que se alega, com base naquela pessoa que prestou as informações, é que nós teríamos, sem dúvida nenhuma, a prática de crime. Agora, o que é preciso verificar se isso é verdade ou não, se procede ou não. O ministro nega peremptoriamente, mas os fatos em tese constituem, sim, crime”, frisou.

Rapidez
Orlando Silva tem negado com veemência as denúncias de que recebeu dinheiro irregular. Ele desqualificou o policial que o acusa, chamando-o de “criminoso” e “bandido”. Em entrevista à revista Veja, João Dias Ferreira afirmou que o suposto esquema de corrupção no Ministério do Esporte pode ter desviado R$ 40 milhões de programas da pasta nos últimos oito anos.

Na segunda-feira, o ministro se antecipou à oposição e pediu para que o caso fosse investigado pela Procuradoria-Geral da República. “É mais uma iniciativa para que todos os fatos sejam esclarecidos e que fique claro que as supostas denúncias não passam de mentiras e calúnias, feitas por um cidadão que está sendo processado pela Justiça”, destacou o ministro, na ocasião.

Questionado sobre o prazo para a abertura da investigação contra o ministro, o procurador-geral da República não soube precisar. “O tempo do Ministério Público e do Judiciário, pelas cautelas que deve envolver uma investigação, é mais dilatado que o tempo da imprensa. Ele não tem a rapidez que talvez fosse desejada por outros setores, mas temos que fazer as investigações com o cuidado devido”, ponderou Gurgel.

Fonte: Correio Braziliense – DF