Mudar o currículo dos policiais foi tão difícil quanto ocupar o Alemão. A afirmação é do secretário de Segurança Pública do RJ, José Mariano Beltrame, um dos palestrantes do XIX Congresso Nacional do MP.

O evento, realizado em Belém (PA), até sábado (26), é promovido pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP) e pela Associação do Ministério Público do Pará (Ampep).

Ao falar sobre o novo modelo de polícia que vem sendo feito no Rio e sobre a implantação das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), Beltrame explicou que, primeiro, foi necessário estudar o estado e dividi-lo de acordo com suas particularidades, para só então começar a tentar mudar algo que seria essencial: “a mentalidade das polícias e fazer com que elas pudessem agir juntas para tentar o sucesso dessa iniciativa”.

O modelo das UPPs virou uma referência para o país após a ocupação, com sucesso, do Complexo do Alemão. Mas, segundo o secretário, para que a iniciativa dê certo, não é necessário apenas ocupar o local. “É necessário mudar a postura do policial. Ele deve perceber que deve ser um prestador de serviço às pessoas, aos chefes de família, e assim conseguir mudar a visão antiga de que a Polícia não é confiável”, destacou, lembrando que foi criada também uma política das premiações, para mostrar que o Estado recompensa e reconhece o trabalho desses profissionais.

“Ao entrar e ficar nos locais antes comandados pelo tráfico, não só pacificamos a favela ou o morro, mas retomamos a confiança das pessoas e permitimos que serviços públicos possam ser colocados à disposição da população que antes era impedida desse acesso”, concluiu Beltrame.

Fonte: Conamp