Promotores do Ministério Público não encontraram, até agora, prova de vínculo entre os recursos destinados para construção de kits sanitários e os gastos de campanha do deputado Téo Menezes.
Gastos e pagamentos de associações comunitárias envolvidas no escândalo dos banheiros são as principais pistas que devem fazer o Ministério Público Estadual a solucionar o caso. “O que ocorre é que alguns pagamentos realizados pelas associações nos causaram estranhamento, pela época em que foram feitos”, disse o promotor da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), Eloilson Landim.
As investigações do Ministério Público sobre o escândalo, afirma Eloilson, não apontam, até agora, para uma ligação direta da utilização de verbas dessas associações com a campanha do deputado estadual Téo Menezes (PSDB). Informação contrária havia sido publicada ontem no Diário do Nordeste.
Segundo o promotor, o caso ainda está sendo investigado e o Ministério Público aguarda mais informações bancárias dos envolvidos no escândalo.
Na última segunda feira, promotores da Procap estiveram reunidos com os deputados estaduais Heitor Férrer (PDT), Fernando Hugo (PSDB) e Augustinho Moreira (PV) e com dois assessores da deputada estadual Eliane Novais (PSB), quando falaram sobre o desenrolar das investigações.
Incerteza
De acordo com Férrer, os promotores teriam afirmado que “o dinheiro saiu do Estado e foi para as associações e que existem cheques das associações em gráficas e em lojas de terceiros”. “Porém, eles não disseram que estava vinculado com a campanha de Téo”, acrescentou.
Da mesma forma, o deputado Augustinho Moreira rechaçou a existência de qualquer declaração do Ministério Público que confirmasse a ligação direta dos pagamentos das associações com Menezes. “Eles não confirmaram nada. Eles estão tentando buscar uma prova que faça essa ligação”, disse.
Na contramão do que afirmaram os outros deputados, Fernando Hugo destacou que, em alguns momentos, os promotores “mostraram que os caminhos levam a detecção de gastos de algumas associações com pagamento de materiais, tais como fazenda para propaganda eleitoral, gráfica e até conserto de viatura de campanha”.
O POVO ligou para a casa de Téo Menezes e foi informado por um funcionário de que o deputado não estava no local.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Denunciado pelo O POVO no dia 14 de julho, o escândalo dos banheiros causou a saída de Teodorico Menezes, pai do deputado Téo Menezes, da presidência do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e exonerações na cúpula da Corte e no Governo do Estado.
Fonte: O Povo/CE