Apesar de não terem recebido punições na esfera administrativa, policiais militares e bombeiros que participaram da greve no Ceará agora são alvo de investigações solicitadas pelo Ministério Público.

Os membros da corporação estão sob o risco de responderem criminalmente por possíveis delitos cometidos à época da paralisação, encerrada no último 3 de janeiro.

O pedido de investigações foi feito em meados de janeiro pelo promotor Joatan de Castro, e depois encaminhado ao Comando da PM e dos Bombeiros.

Os inquéritos são tocados pelo Comando da PM e dos Bombeiros, que tem até março para apresentar ao MP o resultado da apuração. Caso seja comprovado que houve crime, a pena pode chegar a 20 anos de prisão, além de expulsão.

O comandante adjunto da PM no Ceará, coronel Jarbas Araújo dos Santos preferiu não dar detalhes sobre o andamento do inquérito.

Nas negociações para o fim da greve, bombeiros e PMs tiveram a garantia de que o governo Cid Gomes (PSB) não tomaria qualquer iniciativa no sentido de punir os envolvidos. Entretanto, o acordo não incluía – e, juridicamente, nem poderia incluir – a atuação do Ministério Público no caso.

“O MP é obrigado a requisitar investigações, condensá-las em um inquérito e analisar se houve crime. Isso não está sequer na esfera da vontade. Ele é obrigado a tomar as iniciativas”, afirmou ao O POVO o procurador-geral de Justiça, Ricardo Machado.

Segundo Capitão Wagner, um dos líderes da greve, o inquérito foi recebido de forma tranquila pelos policiais. “Na nossa visão não houve nada do que está sendo alegado contra nós no inquérito”, diz Wagner.

O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar, Flávio Sabino, que já teve depoimento colhido durante as investigações do inquérito, considera a postura do Ministério Público contraditória.

“O MP esteve junto ao movimento assinando um acordo que falava em anistia. A categoria acreditou no MP, afirmou Sabino.

ENTENDA A NOTÍCIA

Após concluídas as investigações, a cúpula da Polícia Militar envia os resultados ao Ministério Público, que decide por formalizar, ou não, as denúncias contra os envolvidos na paralisação.

SERVIÇO

Ministério Público Estadual
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Bairro José Bonifácio – Fortaleza
Contatos: (85) 3452-4521 e 3452-4522 (fax)

Na Internet: www.pgj.ce.gov.br

Fonte: O Povo/CE