Foi encerrada na noite de ontem a tomada de depoimentos dos 16 presos temporários que estariam envolvidos em esquema de fraudes em licitações no município de Paraipaba, no litoral Oeste do Ceará.

 Os envolvidos foram interrogados por representantes da Polícia Civil e da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), órgão vinculado ao Ministério Público do Ceará. Depois dos depoimentos, a prefeita da cidade, Joana D’arc Batista (PP) passa a ser alvo direto do MP.

Isso porque, segundo o promotor do município, Igor Pinheiro, alguns dos depoentes que confessaram cometer irregularidades nas licitações afirmaram que a prefeita tinha conhecimento do fato, no entanto, nunca instaurou nenhuma sindicância para apurar o caso.

“Vamos começar a investigar a responsabilidade civil administrativa no que diz respeito a atos de improbidade da prefeita Joana ou conivência com a fraude nos processos licitatórios”, explicou Pinheiro.

Prisões temporárias
Na noite de ontem, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) negou pedido de habeas corpus aos acusados, que continuam presos até o próximo domingo, 1º, na Delegacia de Capturas e na Delegacia de Inteligência Policial, em Fortaleza.

Hoje pela manhã, sete promotores vão se reunir para decidir se pedirão à Justiça prorrogação das prisões temporárias por mais cinco dias, se solicitarão prisão preventiva ou se vão sugerir afastamento dos gestores de seus cargos.

De acordo com Pinheiro, a oitiva de cada um dos presos durou cerca de uma hora e meia. Por isso, foram necessários três dias para que todos os envolvidos no caso fossem ouvidos. “Além dos depoimentos, estamos investigando um grande volume de material apreendido”, completou o promotor.

No dia em que foi desencadeada a operação, dezenas de computadores, documentos, celulares e duas armas que estavam nos municípios de Itapajé, São Gonçalo do Amarante, Paracuru e Fortaleza foram encaminhados à Superintenência da Polícia Civil, na Capital.

O POVO fez duas tentativas de contato com a prefeita Joana d’Arc, ontem à noite, através do telefone celular, mas ela não atendeu.

E agora

ENTENDA A NOTÍCIA

O caso de Paraipaba entra numa nova fase. Para os investigadores, é importante entender a responsabilidade da prefeita, que, segundo depoimentos, sabia do que acontecia e nunca mandou abrir sindicância

Fonte: O Povo