Associações comunitárias acusadas de possuírem ligações com vereadores de Fortaleza já são alvo de investigação sigilosa da Justiça e do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), afirma o promotor de Justiça Ricardo Rocha, do Ministério Público Estadual. Entre as entidades sob a mira da Justiça, figuram associações apontadas por reportagem do O POVO do último domingo. Na ocasião, o jornal mostrou que associações ligadas a vereadores – várias delas presididas por parentes dos parlamentares – receberam grandes repasses de verbas públicas da Prefeitura de Fortaleza, por meio da liberação de Emendas Parlamentares e o firmamento de convênios com a gestão municipal.

 

Entre os objetos dos convênios, estão repasses de R$ 218 mil para o Grupo Solivida, fundado pelo vereador Eulógio Neto (PSC), para a realização do “8º arraiá do cumpade Eulógio” e o bloco de Pré-Carnaval “Elógico que eu vou”. Financiadas por verbas públicas, essas associações também estariam sendo utilizadas para a autopromoção dos vereadores em seus redutos eleitorais. Na reportagem, O POVO relatou diversos casos de uso das entidades, que vão desde a compra de ambulâncias para comunidades carentes até a distribuição de alimentos e materiais de higiene.
 

Investigação

 

Segundo o promotor Ricardo Rocha, prestações de contas de todas as entidades agraciadas por emendas parlamentares são analisadas sigilosamente pelo MP e o TCM. A investigação parte de denúncia de que a liberação de emendas teria sido negociada pela Prefeitura como forma de comprar o apoio de vereadores da base aliada da gestão Luizianne Lins (PT).

 

“Na medida em que pedimos por todas as emendas parlamentares agraciadas pela Prefeitura, poderemos fazer análise geral das irregularidades”, afirma Ricardo Rocha.

Um dos principais envolvidos na acusação, já tendoprestado depoimento ao MP, é o atual vice-presidente da Casa, Adail Júnior (PV). Segundo a investigação, a associação Casa do Povo, que seria ligada a ele, recebeu R$ 1,2 milhão através desse tipo de negociação. Adail nega ligação com a associação, dizendo que apenas realizou os repasses pela “importância” do trabalho da instituição.

Como

 

ENTENDA A NOTÍCIA

 

A investigação do MP está se baseando em denúncias de que a liberação de emendas foi negociada pela Prefeitura como forma de comprar o apoio de vereadores da base aliada da ex- gestão Luizianne Lins.

 

Fonte: O Povo/CE