Órgãos do Executivo silenciam sobre caso. Promotoria pede inquérito sobre participação de Wagner em protesto. O Conselho Estadual de Segurança (Consesp) e o Ministério Público do Ceará (MP-CE) querem que a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e Polícia Militar investiguem a suposta existência de milícias e grupos de extermínio operando na PM. Mesmo diante da gravidade das acusações e do envolvimento do ex-ministro Ciro Gomes (PSB) na polêmica, órgãos do Poder Executivo estadual silenciam.

 

Na segunda-feira, 20, Ciro acusou o vereador Capitão Wagner Sousa (PR) de comandar milícia ligada ao narcotráfico na PM. “Estamos achando essa milícia um a um e vamos cortar a cabeça dessa cobra”, disse. O vereador rejeitou a acusação e denunciou existência de grupos de extermínio ligados à cúpula da Segurança.

 

Em reação à polêmica, reunião do Consesp da última terça-feira, 21, encaminhou pedido para que a SSPDS e PM investiguem o caso. Já o promotor Joathan Machado, da Promotoria de Justiça Militar do MP-CE, informa que oficiará os órgãos no próximo dia 27 requisitando a abertura imediata de processo para apurar as denúncias.

 

Enquanto o pedido do Consesp – órgão fiscalizador da Segurança que reúne representantes de diversas áreas – não precisa necessariamente ser cumprido, a requisição da promotoria obriga os órgãos a abrirem investigação.

 

Joathan diz ainda que pediu instauração de inquérito para apurar a participação do Capitão Sousa no protesto das esposas de PMs em 12 de maio. Vídeo publicado na Internet mostra Wagner dando suporte à manifestação, que tentava impedir a saída de efetivo encarregado da segurança do clássico-rei, pela semifinal do Campeonato Cearense de futebol.

Silêncio

Muitas das perguntas que orbitam as acusações de Ciro permanecem sem resposta. Procurados pelo O POVO, SSPDS, PM, Controladoria Geral de Disciplina e Coordenadoria de Inteligência (Coin) não se manifestaram. O major Henrique Bezerra, chefe do Coin, acusado pelo Capitão Wagner de comandar grupos de extermínio, também não quis comentar o assunto.

 

A fala de Ciro repercutiu ontem também na Assembleia Legislativa. Heitor Férrer (PDT), Roberto Mesquita (PV) e o governista Perboyre Diógenes (PMDB) cobraram CPI sobre as denúncias.

 

Leia mais…

 

Fonte: O Povo/CE