Na última sessão do Conselho Superior do Ministério Público, realizada no dia 11 de fevereiro, a Associação Cearense do Ministério Público-ACMP, repeliu com veemência o que entendeu tratar-se de uma tentativa de censura e ofensa a liberdade de expressão do colega Marcelo Pires, que publicou um vídeo em que apresentava, de forma bem humorada e sem macular pessoas ou instituições, críticas em relação à demora e excesso de documentos exigidos pelo CSMP para concluir os procedimentos de promoção e remoção. (http://youtu.be/Cv__ba50p44)

O presidente da ACMP, presente na sessão, afirmou que o caso se restringia a saber se o Conselho Superior do MP do Ceará seria ou não passível de receber críticas, posto que era comum no Estado Democrático de Direito, as pessoas exporem livremente suas opiniões e insatisfações em face de qualquer entidade pública, como sói acontecer quase que diariamente com o Senado Federal, Câmara dos Deputados, Presidência da República, Ministério Público, etc.

Ademais, pontuou a ACMP, a insatisfação colocada pelo colega seria plenamente justificável diante da eterna demora na finalização dos processos de promoção e remoção, alguns deles durando quase sete meses para serem finalizados (ex. editais publicados em fevereiro/2013 e julgados na 34ª sessão do CSMP em setembro/2013). Some-se a isto, o grave problema com um concurso para membros que já caminha para seu terceiro ano de existência, deixando em aberto 146 cargos vagos na instituição, o que causaria elevada sobrecarga de trabalho para os promotores de Justiça, além das tão criticadas condições de trabalho a que estão submetidos os membros do MP-CE, gerando com isso intenso desgaste físico e mental.

Ao final, a proposta de convocação do colega para prestar esclarecimentos sobre o vídeo, foi deliberada e rejeitada por ampla maioria dos integrantes do Conselho Superior do Ministério Público.