O MINISTÉRIO PÚBLICO ASSOCIADO
O Ministério Público ultimamente vem desempenhando relevante papel institucional, sobretudo após o incansável e heroico trabalho consistente na investigação e denúncia dos crimes contra a administração pública em todas as esferas de Poder.
Convém lembrar que essa marcante atuação somente foi possível após as atribuições outorgadas pela Constituição de 1988 e pela Lei Orgânica do Ministério Público, normas responsáveis pela autonomia administrativa, funcional e financeira da instituição e fornecedoras dos principais instrumentos jurídicos de atuação do Parquet, como o inquérito civil e a ação civil pública em defesa do consumidor, do patrimônio público e cultural, do meio ambiente e de outros interesses coletivos.
Todas essas conquistas só foram possíveis após ingentes lutas empreendidas pelas entidades de classe do MP, aí entendidas as Associações Estaduais, sob a liderança da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público. Foi nesse contexto que teve grande importância a Associação Cearense do Ministério Público – ACMP, fundada em 26 de dezembro de 1942, a terceira mais antiga do Brasil.
A ACMP foi criada pelo então Procurador-Geral do Estado, Dr. Raul Barbosa, seu primeiro presidente. Raul Barbosa que, como Deputado Federal, participou da elaboração da Carta de 1946, que desvinculou o Ministério Público dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Outro marco indelével das conquistas da ACMP foi a vitoriosa campanha levada a efeito por sua diretoria, capitaneada pelo então Presidente Fradique Accioly, juntamente com outras entidades, que culminou na configuração atual do MP na Constituição de 1988.
Atualmente a ACMP é presidida pelo Dr. Plácido Rios, que vem realizando uma administração serena e de grandes realizações na defesa da independência funcional e da segurança dos seus associados, como observado na vitoriosa PEC 37 e no aprimoramento de um elevado espírito democrático do Órgão Ministerial. Saliente-se, outrossim, que a ACMP vem contribuindo com suas ideias perante a Conselho Nacional do Ministério Público, no intuito de balizar a unidade institucional, de modo a reduzir as desigualdades entre os vários Ministérios Públicos. O coroamento de todo o trabalho da atual gestão será a realização, no mês de março de 2015, do Congresso do Ministério Público da Região Nordeste, o primeiro a ser realizado em Fortaleza.
Os desafios dos 72 anos da ACMP foram muitos e seu saldo revela-se extremamente positivo, o que só reforça a importância institucional do Ministério Público Cearense.

José Gonçalves Monteiro
Advogado e Procurador de Justiça Aposentado