O presidente da ACMP, Lucas Azevedo, membros da diretoria e associados ex-presidentes participaram nesta segunda-feira (11) de almoço com deputados federais da bancada do Ceará, cuja pauta discutida foi a Reforma da Previdência. O encontro também reuniu representantes da Associação Cearense dos Magistrados (ACM), Associação dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adepec), Associação dos Procuradores do Estado (APECE) e Associação dos Juízes Federais da 5ª Região (Rejufe).

“Nós temos uma visão crítica a respeito do texto da reforma, e não pautamos nossos argumentos apenas na questão do regime próprio, mas sim muito incisivamente na questão do regime geral que são assegurados do INSS. Nós entendemos que a reforma tem dispositivos que são muito deletérios e que conquistas sociais que foram garantidas ao longo de vários anos podem ser agora fragilizadas”, afirma o presidente da ACMP.

Estiveram presentes os deputados Cabo Sabino (PR), José Airton (PT), Paulo Henrique Lustosa (PP) e Gorete Pereira (PR). Contrário à PEC 287, o deputado Cabo Sabino pede o apoio da população para que pressionem os parlamentares. “Eu tenho militado contra essa PEC, e é importante também que a população atue nas redes sociais, se manifeste nos e-mails dos deputados para que haja uma pressão popular”, disse.

O deputado José Airton Cirilo também pede o apoio da população. “Vamos votar contra a reforma da previdência. Não tenham dúvidas do meu voto, mas também é importante que a sociedade pressione os demais parlamentares para que não cedam às manobras do Planalto”, destacou o parlamentar.

Paulo Henrique Lustosa considera necessária a reforma da previdência. Para ele, isso é inevitável, porque o atual sistema apresenta várias falhas. “Nós temos problemas que são inexoráveis para a nossa previdência. Um deles é o próprio sistema que não funciona como um fundo. O nosso sistema previdenciário é de retribuição: o dinheiro que entra paga quem está aposentado. Se ele não forma fundo, a suposta reserva que nós fizemos ao longo da vida é uma ficção, não existe essa reserva, não está em lugar nenhum. O dinheiro que entra é o dinheiro que sai”, explicou o deputado que se colocou à disposição para, junto às entidades presentes no encontro, pensar estratégias para que a reforma aconteça da melhor forma possível.

A deputada Gorete Pereira se diz contrária à reforma por não encontrar clareza nos déficits mencionados pelo governo. “Eu estou contra a reforma da previdência porque não encontrei as respostas que eu precisava. Fiz pronunciamento e requerimento para que houvesse uma auditoria dessa dívida, mas ninguém me respondeu. Então, cheguei à conclusão que a reforma não foi bem discutida com a sociedade, que não está pronta para ser votada, e que não tem condições de ir para votação dessa forma, prejudicando uma quantidade muito grande de pessoas”, afirmou.