Mesa Diretora pede informações ao MP

A Mesa Diretora da Assembléia Legislativa discute, na reunião de hoje, a situação do deputado José Guimarães após a denúncia do Ministério Público Federal do Ceará, envolvendo o deputado como possível beneficiário de resultados de ações de improbidade administrativa no Banco do Nordeste. Guimarães foi incluído na denúncia juntamente com dirigentes do Banco, ao final das investigações sobre a prisão do seu ex-assessor parlamentar José Adalberto Vieira, em São Paulo, no mês de julho passado, com R$ 200 mil em uma bolsa de viagem e mais 100 mil dólares na cueca.

Marcos Cals (PSDB), informou que será colocado em pauta, na reunião da Mesa Diretora de hoje, o pedido ao Ministério Público de cópia do inquérito. Cals deverá encaminhar ao Conselho de Ética as informações fornecidas pelo órgão, para que se avalie a necessidade de um novo processo disciplinar específico para o caso.

Além da iniciativa do presidente da Casa, o deputado Antônio Granja (PSB), ouvidor do Conselho de Ética da Assembléia, disse ontem que pretendia pedir à Mesa o encaminhamento de ofício ao Ministério Público Federal pedindo a remessa à Casa de uma cópia do inquérito que resultou na ação de improbidade administrativa, na qual Guimarães é citado como um dos possíveis beneficiários. Ele voltou a dizer, no entanto, que não se manifestará ´de ofício´ sobre a denúncia no Conselho, ou seja, vai aguardar ser instado. ´O caso voltará a ser analisado a partir de uma nova representação partidária ou pela iniciativa da Mesa Diretora´, esclareceu o ouvidor do Conselho de Ética.

ESTRANHO – Questionado sobre a possibilidade de retomada do caso na Assembléia, o deputado José Guimarães reafirmou ontem estar ciente de sua inocência, e qualificou a ação do Ministério Público de peça baseada em ´hipóteses e no ouvi dizer´. Para ele, ´é muito estranho´ que a ação tenha sido ajuizada na reta final das investigações contra ele na Assembléia Legislativa, sobre o caso de caixa dois no PT na campanha eleitoral de 2002.