Juízes federais intensificam debate sobre o monopólio da investigação criminal Promotores e procuradores do país inteiro receberam com satisfação a notícia de que juízes federais estão preocupados com a possibilidade de o Ministério Público não realizar mais investigações nos crimes contra a lavagem de dinheiro e o Sistema Financeiro Nacional. Em reunião no Conselho da Justiça Federal, o ministro do STJ, Gilson Dipp, disse que até o trabalho das Varas Especializadas em lavagem de dinheiro pode ser prejudicado caso o Ministério Público perca o poder investigatório.

Segundo o presidente da Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público), João de Deus Duarte Rocha, “o MP ganha ainda mais um reforço com o apoio dos juízes federais, ao reconhecerem que somente a sociedade perde sem a nossa investigação”. Para ele, seria um retrocesso impedir o trabalho que o Ministério Público vem realizando nos últimos anos e resultou em prisões como a da fraudadora do INSS Jorgina de Freitas, e do juiz Nicolau dos Santos Neto. Ele lembra ainda episódios recentes que contaram com a investigação do Ministério Público, como o do ex-deputado Hidelbrando Pascoal, Operação Gafanhoto e Operação Anaconda.

STF – Há dois processos sendo analisados no Supremo Tribunal Federal que levantam a questão da investigação pelo Ministério Público. O inquérito 1968 trata de uma denúncia contra o deputado federal Remi Trinta por fraude contra o SUS. Há também a ação da Confederação Brasileira de Policiais Civis que argumenta a investigação do MP no caso.